quarta-feira, março 29, 2006

Inspiração... Ou falta de...


O que é inspirador pra você?
O que te faz escrever linhas e linhas sem nem perceber?
Amor? Paixão? Alegria?
Sofrimento? Abandono? Lágrimas?
Ou simplesmente os acontecimentos do cotidiano?

Sinceramente ainda não descobri o que me inspira...
Mas alguma coisa me diz que é muito mais fácil escrever quando a gente está sofrendo.
Talvez por isso exista tanta música triste por aí...
Ou músicas de "dengue", de acordo com 3 amigos meus... ;o)

O fato é que o meu sofrimento se foi...
E com ele, foi embora também boa parte da minha inspiração...

Se isso me incomoda?
Claro que não! :o)

Entre sofrimento com inspiração
e paz com silêncio literário
Escolho, feliz, a segunda opção...

Que venha cada dia mais paz!!!
E, quando eu menos esperar, escreverei sobre ela!

domingo, março 26, 2006

Bike - O retorno


Mais um sábado... 11:30 da manhã.

- Alô!
- Bom dia, Bruno Augusto!
- Oi, Branca!! Você não esqueceu do nosso compromisso não, né?
- Claro que não! Tanto é que estou te ligando!
- Pois então, Branca, daqui a pouco to passando aí!
- Como assim daqui a pouco? Não são nem meio dia! Você não disse que a trilha era às 2 da tarde?
- E é, Branca! Mas a gente chega antes, pra ficar trocando uma idéia com a galera...
- Ah não. Sem chance! Te encontro lá mais tarde então, pode ser? Tenho umas coisas pra fazer ainda...
- Beleza! Combinado.
- AH! Perae! Você tem uma blusa de manga comprida pra me emprestar? Senão vou torrar nesse sol.
- Tenho sim, Branca. Eu levo pra você.

E assim, algumas horas depois, lá estava ela, no ponto de encontro, repleto de moutain bikers...

- Ah, não, Branca! Você não tirou a cestinha???
- Bruno, não começa! Deixa a cestinha da minha bike em paz!
- Mas vai fazer peso, Branca! Pra que levar tudo isso?
- Como assim "tudo" isso? Minha mochila, com meu protetor solar, blusa extra e água, uai!
- Bom, você que sabe, Branca!

tudo o que eu sei é que até agora não vi ninguém com cara de novato nessa trilha... que bando de homem sarado é esse? cadê as mulheres e crianças? vai ser impossível acompanhar esse povo... cadê Bruno? já sumiu pra dentro da loja... ah nem...

- Bruno, volta aqui!
- Que foi, Branca!
- To com medo! Esse povo é muito experiente! Vou ficar pra trás!
- Esquenta não, Branca. Vai todo mundo de boa, conversando, e se precisar, eles te empurram!

ai meu Deus!! Empurram??? Que vexame...

- Branca, doida demais essa blusa aqui ein? Acho que vou comprar!
- Doida mesmo... Linda, do Brasil!
- Cara, to precisando de uma luva também... Vem aqui, Branca!

droga... volta aqui, Bruno... isso é hora de fazer compras? que tanto de desconhecidos... o que será que eles tanto olham pra cá? ô cestinha que faz sucesso essa viu...

14:30... e lá vão eles... Ela atrás... ou melhor: "não fique atrás, não fique por último, ande com o pessoal da frente, viu?"

- Pra onde estamos indo?
- Ninguém sabe direito... Só o Atenor.
- Ah ta... Atenor é o dono da lojá?
- É.
- Hum... E que horas a gente volta?
- Ah... só ele sabe também... mas acho que umas 18h a gente já ta aqui...

18h??? To frita... É hoje que eu morro...

Av. Floriano Peixoto, João Naves, João Naves...

- Oi, Atenor... (respiração ofegante)
- Oi! E aí, o que está achando?
- Bom, por enquanto ta tudo bem. Até aqui eu já tinha ido...
- Não se preocupe, vá no seu ritmo, ta? A galera espera, ta todo mundo tranquilo, tem muito novato hoje.
- Jura? Achei que era só eu.
- Que nada. Estamos de boa.
- Hum... E pra onde a gente ta indo?
- Vamos andando aí... Em direção a uma cachoeira...

Ai que notícia boa... água... hum... ânimo! Você consegue!!

- Bruno, me dá água aí!

João Naves... Mato.
Mato... mato... mato... terra... poeira... mata-burro... cerca... cobra??

- Bruno, to com medo de cobra...
- Esquenta não, Branca! Depois Herlandim te conta... Aqui quase não tem pouca cascavel...ahahhahha
- Bruno, assim você não ajuda!
- Anda, Branca!!!! Pedala, Branca! Pedala, Robinha!

O fato é que pedalaram... e muito!! Quando chegaram na cachoeira, decepção...
Lindo visual, porém, inalcançável. Não estava nos planos do Atenor entrar na água.
Nem tinha como... Era só pra ver e babar... Revolta... Como pode tanta água assim e não poder dar nem um mergulho?
- Bruno, eu quero nadar!! (ela gritava)
- Tem jeito não, Branca! Pra chegar até a água é muita volta... E não dá pra nadar agora. Como você vai pedalar molhada depois? Vai ficar mais assada que frango!

Era a vez do Atenor:
- Vamos gente!! Tem muito chão ainda...

Muito chão?? Aqui não era o destino? Agora é dar meia volta, não?

Muito muito muito mais chão, terra, poeira e afins...

- Branca, essa cestinha sua ta uma piada!
- Pára de encher o saco, Bruno!
- É mesmo, cara... Fica quieto aí... Quando ela começar a voar com o E.T. nessa cestinha vai te deixar pra trás!

Risada geral... a cestinha era a atração!

Finalmente, indicação de direção contrária.

- Na trilha é assim, Branca... Raramente você volta pelo mesmo caminho que você foi...
- ....
- Ta me ouvindo, Branca?
- To... só ta difícil responder... to morta!
- Você ta indo bem, Branca! Quando você pensou que chegaria até aqui!? Vamos que você dá conta...

de onde Bruno tirou essa vocação para personal?

Pedalaram muito ainda...
Ela não precisou ser carregada. Antes disso acontecer desceu da bike e foi andando, devagar, tentando recuperar a respiração.

Atenor se aproximou...
- Oi, moça... Deixa que eu vou empurrando sua bike até você normalizar sua respiração.
- O-brig-ada, At-en-or.

Pessoa educada essa, viu... estou impressionada... Com mais de 30 pessoas, ele se vira pra dar atenção devida a cada um dos novatos problemáticos...

Enfim, avistaram a rodovia. Agora tudo ficaria mais fácil...
Pedaladas que rendem mais, esperança de ver a cidade aparecer no horizonte...
Já passava das 19h... Tudo escuro... Caminhões e carros... Perigos na rodovia...

- Oi, fulano! Você que ta medindo aí quantos kilômetros?
- Isso... Olha, já está chegando nos 50!! Até a loja deve dar quase 60, viu?

- 60 Km????? Bruuuuuuunooooooooooo!! Eu te matoooooo!!!
- Calma, Branca, ta chegando...
- Escuta bem, Bruno! Eu não quero nem saber... Vamos passar na porta da sua casa mas você vai ter que ir até a minha! Pelo menos uma foto nós vamos tirar, pra ficar bem registrada essa sacanagem que você aprontou comigo, viu?
- Você se saiu bem demais, Branca! Estamos impressionados com sua resistência... Nas próximas você vai dar show!

Próximas?? Ai meu Deus... E.T... Telefone... Minha casa!!!

sábado, março 25, 2006

Novo mundo...


Fico feliz quando olho pra trás,
praqueles setembro/outubro/novembro,
e os comparo com esse março que aí está...

Feliz porque passou o medo,
o dormir de luz acesa,
a aflição nos barulhos,
a solidão do silêncio...

Passou a impressão da porta se abrindo,
a agonia do telefone mudo,
o computador travado,
o mundo desligado...

Era o início de um mundo novo,
do tudo novo,
mundo de estranhos,
de "r"s se estranhando...

Um mundo de descobertas,
de desafios,
de novas conquistas,
de novas conversas.

Felicidade olhar pra trás e ver
que o medo passou,
que a luz já se apagou,
o barulho se acostumou,
a solidão acabou...

Que o sábado vai ter algo mais que TV...
E que a missa é só o início das mil coisas do domingo pra se fazer!

Habitantes do novo mundo, sejam todos bem vindos! Já amo vocês! :o)

terça-feira, março 21, 2006

Rasteira na faxina...


Juro que tentei.
Juro que ao sair do trabalho pensei: a sardinha vai ser sobre faxina...

O blog de hoje ia ser leve, limpo, tranquilo... Libertador!
Ia até lhe trazer paz...

Mas a poeira que estava embaixo do tapete me deu uma rasteira...

Qual não foi minha surpresa ao vê-la ali, no seu último suspiro,
Porém, me olhando, prontinha para atacar...

E atacou...
A briga foi feia...
Restante de raiva e lágrimas de cá...
E sabe Deus o que tinha de lá...

Mas eu venci a luta.

Agora sim:
definitivamente, casa limpa.
Poeira e sujeira no seu devido lugar...

segunda-feira, março 20, 2006

Paciência


Definitivamente, há tempo pra tudo.

"Seja paciente com as coisas não resolvidas
em seu coração...
Tente amar as próprias questões...

Não procure agora as respostas
que não podem ser dadas
pois você não seria capaz de vivê-las.
E o mais importante,
é viver tudo.

Viva as questões agora.
Talvez você possa, então,
pouco a pouco,
sem mesmo perceber,
conviver, algum dia distante,
com as respostas."

Rainer Maria Rilke
(citada no livro "Encontro - Uma abordagem humanista" de Clara Feldman)

domingo, março 19, 2006

Bike

Ela acordou assustada com o barulho do interfone...

Ãh? Ein? Quantas horas? Que dia é hoje? Quem pode ser, meu Deus?

- Pronto...
- BRANCA!! Vambora pedalar!!!
- Que? Ein?
- Anda, Branca!!
- Entra aí.

Abriu a porta, ainda esfregando os olhos...
Ele subia a escadaria no maior fôlego, com a bike nas costas...

- Cara, você ta doido?
- Anda, Branca!
- Eu acabei de acordar! Onde você ta indo?
- Pedalar. Desde às 9 to na ativa...
- Ai meu Deus... e quantas horas?
- Quase 11!! Anda, Branca!

Ele já tinha adentrado a cozinha e perguntado por água gelada...

Meu Deus, como cabem tantos acessórios em um único ser humano?

Tinha dias que a bike dela não saía do ap...
E, conseqüentemente, as gordurinhas não saíam do espelho...
É... parecia não ter mesmo jeito de continuar na cama...

- Ta bom! "Guenta a mão aí" que só vou trocar de roupa e lavar a cara...

Protetor solar, garrafinhas de água, insistente apelo de "ah não, Branca! Tira essa cestinha daí!", escadaria carregando a bike...

Com muito sono ainda estava sem entender que já era 11h de um lindo sábado...

Um sábado em que estava participando de um "pequeno treinamento para você poder acompanhar nossa turma de trilha, viu , Branca?"...

Vixi... Trilha?

- Ih, Branca... 2x que você for na trilha com a gente vai querer trocar sua bicicleta...
- Ah, não, Bruno! Pode parar! Minha bike é nova e é linda! E tá ótima pra mim!
- Calma, Branca... Depois você me conta...

Bom, sem saber ainda se aguentaria acompanhar a tal "turma de trilha", continuou no treinamento... Há tempos não conversava tanto com aquele amigo conterrâneo...

Em meio a 2h de pedaladas e instruções, surgiram conversas sérias, confissões, exclamações, gargalhadas...

- Na trilha é assim, Branca! A gente conversa muito...

Haja fôlego pra contar tanto caso sem parar de pedalar!

Depois de acompanhá-lo até em casa (é bom, Branca, que você pedala mais um pouco) e de olhar como a labradora Hanna estava cada dia mais linda e destruidora de móveis, chegou a hora de voltar...

Uma volta solitária e tranquila pro ap, um banho daqueles, um almoço nem tanto, e cama... Muita cama... até a próxima interrupção, agora do telefone, avisando que já eram 18h daquele sábado...

quarta-feira, março 15, 2006

Esclarecimentos...

Caros amigos, queridos, leitores dessa lata...
Relaxem, ok?

Eu estou ÓTIMA!!

Resolvi esclarecer isso porque nos comentários sobre o "On/Off" e nos emails que recebi todos vocês perguntam ou falam algo do tipo: você ta bem? ta triste? ta sofrendo?

ehehhehe :o)

Acalmem-se...
Se o poema ficou assim meio tristinho é só pra dar o clima mesmo de poema...
No stress, viu?

Estou MUITO bem mesmo!
Não to triste e muito menos ansiosa...
Meus botõezinhos do Off estão pressionadíssimos...
E o On que me aguarde... eheheheh

Ah! Clever, obrigada pela passagem...
E xá comigo que eu vou esperar a hora do Sr Tempo, ok?
;o)

Abração pra vcs...
Fiquem com Deus.
Eu.

terça-feira, março 14, 2006

On/Off


Será que existe
Pra tudo nessa vida
O botãozinho de On/Off
Onde se liga e desliga?

Será que eu posso
Me desligar de você
Apertando o botãozinho Off
Pra não mais te querer?


Será que tem jeito
De desligar o que se foi
Apertando o botãozinho Off
Transformando tudo em um "Oi"?

Será que o que eu faço
Com a ajuda do Sr Tempo
É justamente apertar o Off
Quando não se tem outro jeito?

E o contrário,
Será que é possível?
Apertar o botãozinho On
E, de repente, amar o escolhido?

De repente? Bem,
acho que de repente não dá.
Assim como o Off,
o On se pressiona devagar...
__________________________
Cintya Corgosinho :o)

terça-feira, março 07, 2006

Tempo...

Estou impressionada com você, Sr Tempo...
Incrível seu poder de nos mudar,
de mudar as coisas...
De mudar o nosso jeito de ver e sentir as coisas...

Outro dia, pranto...
Ontem, uma vento leve, uma lágrima...
Logo mais, brisa suave...
E, hoje, surpreendentes sorrisos...

Só você pra conseguir fazer uma desilusão virar aprendizado,
E um aprendizado virar piada... :o)

Como é gostoso, Sr Tempo,
Depois de um tempo,
Admirar as cicatrizes,
Rever as lições,
Sorrir dos erros cometidos,
Comemorar obstáculos vencidos...

E o melhor, Sr Tempo,
é olhar pra você,
lá na frente,
ou logo ali,
a nos esperar,
Pra mais um dia de caminhada...

sábado, março 04, 2006

Humana Demais...


Simplesmente divino o show de ontem...
O show que sem saber direito por que ou como, resolvi ir...
O show que o Cara lá de Cima me deu de presente...

Humano demais...
Verdadeiro demais...
Forte demais...
Definitivamente, um marco.
Um marco do qual estava precisando.

Tava demorando eu escrever aqui algum "post" falando de Deus, de fé, do jeito que sinto sua mão me carregando, guiando o meu caminho...

O show de ontem foi mais uma prova de que, por mais distante que eu esteja, Ele sempre dá um jeito de me trazer de volta...
Mensagens incríveis, músicas fortíssimas, emoção e fé a flor da pele...
Sem palavras pra expressar o que senti...
1200 pessoas...
Agradecer, pedir, louvar, sofrer, recomeçar...
1200 rostos desconhecidos...
multidão... solidão...
eu, Deus e a música...

Sou humana demais pra compreender a lógica Dele...
Aliás, Deus não tem lógica...
É só pela fé que se explica...

"Humano eu sou assim: virtudes e limites
Se agora me permites
Eu pretendo ser feliz
Sem prender-me ao que não fiz
Mas olhando o que é possível

A dor que às vezes vem
Me faz feliz também
Pois ela me recorda
o valor que tem a cruz
Quando a noite esconde a luz
Deus acende as estrelas..."
Ao coração - Fábio de Melo, scj