domingo, julho 23, 2006

Rotina

Carol acordou ao som do celular despertando...

Tinha ouvido na noite anterior que é assim que as pessoas que vivem sozinhas acordam; as pessoas que não tem ninguém para velar pelo sono delas, pra chamá-las avisando que está na hora de trabalhar ou então de madrugada, pra tomar um remédio... os solitários do mundo de hoje dependem desse irritante aparelho para lembrá-las que ta na hora da vida...

"Bom, se ta na hora da vida, chega de lamentar e vambora viver..."

Abriu a geladeira.
O iogurte intacto...
Mais uma vez, optou pelo leite. E só por ele.

Estava quase atrasada.
Seu compromisso dominical começava às 9h.
Jogou uma água no rosto,
vestiu o velho jeans, os óculos escuros
e saiu.

Uma hora depois estava de volta.
A alma um pouco mais leve.
A cabeça, nem tanto...

Tomou mais um copo de leite e, pra esvaziar a cabeça, achou melhor voltar a dormir.

Colocou o pijama. Acordou 2h depois com o barulho dos vizinhos.

Percebeu então que seu estômago precisava de algo além do leite.
Resolveu ligar pra um amigo... afinal, almoçar sozinha em pleno domingo era deprimente.

Amigo ocupado.
"Bom", pensou Carol, "se eu almoçar rápido nem vou perceber que almocei sozinha..." :o)

20 min depois já estava em casa, no sofá, de estômago cheio...

Lembrou da casa pra arrumar, do banheiro pra limpar, da roupa e das louças pra lavar...
Pra afastar a lembrança, ligou a TV...
Nem os canais básicos estavam pegando direito!

Estava em casa, sozinha, num domingo a tarde,
Sem a menor chance de um programa legal aparecer
E, o que era pior, tendo de evitar de lembrar, de pensar,
De planejar, de insistir no que sua cabeça insistia em maquinar...

Decidiu enfrentar a realidade.

Levantou-se,
fantasiou-se,
muniu-se e foi,
destemida,
fazer a faxina...

Física Quântica (?)


Corpo, células, receptores
Vícios, substâncias, a química
Concentrar, controlar, reprogramar
Possibilidades, escolhas, a física

Simplesmente não há palavras
Não tem como descrever
Mistura intensa de tudo junto
Desejo, poder, querer...

Pra uns, é química e física;
Pra mim, tudo isso + religião.
Na verdade, o princípio é o mesmo:
Eu posso, eu quero, eu consigo...

Mas...

E você?

(www.whatthebleep.com)

quinta-feira, julho 13, 2006

Jantar Feminino


Foram embora agora a pouco...
Poxa! Como as horas voaram!

Foi uma noite agradabilíssima!
Um jantarzinho feito na hora,
sem pressa, no stress...

Vinho,
Macarrone,
Chocolate,
e muita muita muita conversa entre mulheres!! ;o)

Foi um agrado que resolvi fazer pra mim mesma:
abrir a guarda, abrir o coração, abrir espaço para elas...
Para as novas caras, lindas e leves, que eu estava deixando de lado...
Para as novas amizades, prontinhas para brotar, que eu estava mantendo distantes...
Para as conversas, sinceras e de coração, que eu evitava iniciar...

Poxa... como foi bom...
Como foi mágico ouvir e gargalhar das aventuras...
Como foi importante e libertador expressar o nó no meu peito...
E como foi emocionante compartilhar tantas histórias...

Histórias que serão só o começo
Do monte de páginas que, a partir de hoje,
Quero escrever juntinho com vocês,
Novas amigas...
Com vocês e com todos as outras rosas que,
Aos poucos,
Vou querer plantadas no meu jardim!

Grande abraço.
Obrigada por tudo...
Tudo mesmo.
Fiquem com Deus...
Ou melhor, fé em Deus e pé na tábua! ;o)

quarta-feira, julho 12, 2006

Casa...



Enfim, depois da semana baixo astral e de uma noite inteira de viagem, ela tinha chegado em casa... Mas será que aquela ainda era sua casa mesmo? Há 10 anos não morava mais ali...
AH! Mas o que importa isso? Tudo no mesmo lugar, como há dez anos...
Papai, Mamãe, irmão, cachorro.
ET, Telefone, Minha casa.
"É a minha casa."

Passou metade do dia dormindo...
A outra metade ajudando a mãe a preparar a sobremesa do domingo.
Almoçou uma feijoada beneficente, programas do irmão...
A tarde se arrastou vendo seu seriado preferido no DVD...
E assim, de repente, chegou a noite...

O único amigo ainda residente na cidade tinha lhe chamado pra sair...
"Vai sair não? Bora!! Fica esse tempo todo sem vir e quando vem vai ficar em casa?"
Ela fez uma força monstra pra sair de debaixo das cobertas...
"Cobertas??!! Que frio é esse!??!! Essa cidade não é mais a mesma... Mas, vamos lá... Por Churis, vale a pena!"

Saiu. Não conhecia praticamente mais ninguém na cidade...
"Você não me abandona!! Fica perto que eu não conheço ninguém!"
"Ai ai ai... e alguma vez eu já te deixei sozinha? Parece que é doida..."

Resolveram atravessar a ponte...
"Festa estranha com gente esquisita..."
"Mas até que é legal essa banda, Chu!"
"É, num é? Também acho! As meninas que são exigentes demais!"
Bandinha da terra, showzinho na boite...
Bolas de sabão, piririmponpon e cia ltda...
Assim, ela cantou, dançou, se divertiu!
4 da matina... Hora de ir pra casa...

Chegou.
Sem sono...
Novidade isso pra ela!
Decidiu:
"Melhor eu terminar de ler o livro então, pra ver se o sono vem..."
O caçador de pipas...
Ótimo livro, ótima história...
Fantástica narrativa,
tramas, surpresas, drama...

"Caramba... triste demais... Que final é esse??"
Olhou o relógio... 6 da matina...
O sono não veio... As lágrimas sim...
E com essas primeiras lágrimas, todas as outras que estavam guardadas,
há algum tempo, prontas para serem choradas...

Chorou pelo livro,
Chorou pelo Amir e pela Soraya,
Chorou pelo Hassan e pelo filho do Hassan...
Mas principalmente, chorou por si mesma...
Chorou por tudo o que tinha passado...
Sua vida de um ano para cá passou como um livro em sua cabeça...
E não estava conseguindo parar de chorar...

Em meio àquele descontrole, pensou:
"Que drogra... Você veio até aqui porque precisava de colo... Então, vá buscar o seu colo..."

Foi.
"Mãe... posso ficar aqui?"
A mãe acorda, atordoada.... Ainda não percebeu as lágrimas, os soluços...
"Claro filha, deita aí..."
Deitou, se acomodou...
As lágrimas, naquele ninho, jorraram ainda com mais força...
"Filha... que foi? Ce ta chorando?"
Lágrimas...
"Oh filha... fica assim não... calma..."

Lágrimas... Soluços... Cafuné...
Lágrimas... Soluços... Cafuné...
Lágrimas... Cafuné...
Soluços... Cafuné...
....
Sono... Cafuné...

Adormeceu assim...
Com a mãe,
Com o cafuné...
Naquele ninho, naquela casa...

ET, Telefone, Minha casa...

terça-feira, julho 11, 2006

Sem trim?

Ele está ali, disponível, pronto para ser usado....
Parece chamando...
Aliás, chamando não está.
Nenhum trim...
Nenhum barulho...
E é justamente a falta de barulho que faz a gente enxergar a realidade...
Silêncio.
Sem trim...
E, se Deus quiser e essa mão parar de coçar,
além da falta de trim
não haverá tuuuuuuuuu, tuuuuuuu....