Pai
Pai,
ta virando rotina isso, né?
No dia das mães, cá estava eu, escrevendo pra mamãe, a Kms de distância...
E hoje, no seu dia, olha onde estou! No mesmo lugar, em Uberlândia, pensando e escrevendo pra você...
Sei que hoje é apenas uma data que o comércio criou para vender um pouco mais...
E sei que você entende eu ter "adiado" em um fim de semana o seu abraço... Afinal, a praticidade foi você que me ensinou, né?
Mas sei também que hoje é um dia em que posso parar um pouco pra pensar...
Pensar no quanto fomos (vou falar em nome dos 4 calanguinhos, ta?) abençoados por Deus por termos nascidos seus filhos...
Abençoados por Deus por conseguirmos perceber a sua maneira de demonstrar o seu amor por nós:
- Nos carrinhos de madeira personalizados...
- Na baratinha e na segurança com que você planejou aquele freio dela...
- Na paciência ao nos ensinar a andar de bicicleta...
- Na insistência ao nos ensinar a esquiar no rio...
- Na sabedoria ao construir a "prancha" para que todos conseguíssemos esquiar...
- Nas brincadeiras na sua oficina desenhando com calor na madeira...
- Na liberdade ensinada dia a dia, no ir de bicicleta pra escola, no ensinar a nadar, no dar apoio para fazermos sozinhos as coisas que sabia que já daríamos conta...
- Nos ensinamentos à mesa, onde a etiqueta dava lugar ao bom senso e à noção de dividir, partilhar, pensar nos demais...
- Na questão que fazia de almoçarmos os 6, todos os dias, juntos, ao redor da mesa...
- Nas caixas de batom que distribuía em dias que nunca sabíamos quais seriam...
- Nos esquibons comprados para depois do almoço de domingo...
- Nos ensinamentos à noite, na oficina, quando éramos chamados, por assovios, a ajudar a consertar os pisca-piscas, o vidro do carro, o pneu da bicicleta, ou qualquer outra coisa que tivesse quebrado e que era importante aprendermos a consertar...
- Na construção da casinha de boneca...
- Na construção do clubinho dos meninos, quando a casinha virou clubinho das meninas...
- Nos "castigos com moral", quando éramos obrigados a dizer a vizinha que tínhamos roubado goiaba do seu quintal, ou jogado algo indesejável pelo muro...
- Nas aulas práticas em que queria nos convencer de que a Física era a matéria mais bonita, lógica, visível do nosso dia a dia...
- Na adaptação do abajur da sala para que virasse um jogo de luz nas festas da adolescência...
- Na paciência com que arrumava o som... E na falta de paciência quando já estava na hora de desligá-lo... :-)
- Na insitência ao repetir as obrigações básicas como arrumar a cama, lavar a louça do jantar, apagar as luzes, economizar tempo no banho...
- E, principalmente, quando deixava bem claro, que não ia, nunca, brigar com a mamãe por nossa causa... nos mostrando que, sem a harmonia e união de vocês dois, nossa família não teria futuro...
Sabe, pai, hoje tem mais um monte de coisas que nos mostram o seu amor por nós... Talvez, um amor agora até mais visível, já que há menos "coisas básicas" para ensinar e mais tempo para curtimos a convivência, a cervejinha na beirada da piscina, as questões profissionais, as contas, os emails, os transportes e mudanças pra lá e pra cá, a construção de móveis e acessórios para os lares das filhas espalhadas em BH, Diamantina e Udia, os conselhos, amores e os desamores...
Hoje, eu (e tenho certeza que Gui, Lili e Flavinha também), conseguimos perceber ainda melhor o quanto foi importante e fundamental para a formação do nosso caráter, ter tido um pai como você: honesto, justo, sério, inteligente, trabalhador, pé no chão, presente e feliz...
E que Deus nos conceda a bênção de ter você por perto por muitos e muitos e muitos anos ainda...
Afinal, você tem que repetir a dose com os netinhos ainda, né? E, como tudo indica que isso vai demorar ainda uns bons anos para acontecer, aguente firme aí! ehehhehe :o)
Amo você, Pai.
Amamos você.
Obrigada por existir e ser tão importante em nossas vidas.
Feliz Dia dos Pais... :o)
Um grande abraço, da filha Cintya
(em nome do quarteto: Gui, Cintya, Lili e Flávia)
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